Pronunciamento do governador Romeu Zema durante a solenidade de posse na Assembleia Legislativa

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Bom dia a todos,

Senhoras e senhores, o resultado das últimas eleições significou para alguns uma surpresa. Mas quero afirmar aqui que o eleitor não dá recados. Ele decide. E decidiu, nas urnas, realizar uma reforma política que há tempos as ruas pedem, mas que até então, não havia sido colocado em prática. Foi por meio do voto livre que o eleitor mineiro escolheu as pessoas que o representarão nos próximos quatro anos, que ora se iniciam.

O eleitor também demonstrou que deixará para trás aqueles que insistem nas práticas do passado. Esse voto, senhoras e senhores, significa uma escolha por um novo modelo de exercício da política, uma atividade que é nobre por natureza, à medida que expressa interesses coletivos e difusos. Essa é a política do bem, a política que deve ser exaltada e levada adiante para enfrentarmos as dificuldades que a atual conjuntura nos apresenta.

A manifestação do eleitor mineiro, procedida nas urnas, demonstrou o desejo pelas mudanças de postura, de atitudes e, principalmente, pela busca do respeito, da ética e da seriedade com os recursos públicos. Um amadurecimento político e democrático que permite reunir as condições necessárias para realizarmos uma nova gestão e uma nova maneira de exercermos a política em nosso estado. Como muito já sabem, sou formado em Administração, trabalho desde os 11 anos de idade e sempre busquei o crescimento profissional e pessoal, meu e de quem esteve ao meu redor neste caminho. Foi com esforço, dedicação e trabalho que consegui fazer o nosso grupo empresarial crescer ao longo desses anos, de modo que me permitisse, inclusive, sair de sua direção para aceitar o desafio de me dedicar ao bem comum por meio da política.

Nunca havia concorrido a um cargo público. Passar por uma campanha eleitoral nunca esteve nos meus planos de vida. Mas, após muita reflexão, aceitei o convite do Partido Novo para ser candidato ao governo de Minas Gerais, por entender que as pessoas de bem não podem se eximir da responsabilidade perante a sociedade em que se vive. O espírito público deve ser exaltado. É esse espírito, independentemente de partido ou posição ideológica, que deve guiar os representantes do povo mineiro. É esse espírito público, da coletividade, que nos trouxe até aqui. E é com ele que os mineiros contam para sairmos do grave momento de crise que vivenciamos.

A situação do nosso Estado é de falência. A falta de austeridade dos últimos anos levou o governo de Minas a um ponto sem volta. A previsão de déficit nas contas correntes ultrapassa os R$ 30 bilhões em 2019. E, se nada for feito, passará de R$ 100 bilhões nos próximos anos. Neste momento, temos, todos nós, a responsabilidade de assumir que serão as ações tomadas no presente que poderão garantir, ou não, o futuro de nossos filhos, o futuro de nossos netos. Por isso, peço a todos, deputados e deputadas, com a devida deferência, que tenham consciência da gravidade da situação e reflitam a respeito, sempre que um projeto entrar em votação nessa Casa.

Somos 22 milhões de mineiros. Somos 853 municípios. Temos quase 600 mil km² de área total em 10 diferentes regiões. Todas, sem exceção, com demandas históricas e urgentes.

Dialogar com transparência, a fim de distinguir o que é importante daquele que é fundamental para poder avançar e garantir um Estado que promova maior prosperidade e um melhor ambiente a quem trabalha e quer trabalhar, serão desafios que teremos que vencer juntos.

Fato que não tem a ver com ideologias, mas com o pragmatismo de que, ou fazemos as mudanças necessárias ou, muito em breve, a situação será ainda pior, para não dizer impraticável. Por isso, o único caminho que nos resta é o da ação. Estamos em um ponto de virada em que Minas e os mineiros carecem de respeito e responsabilidade. E será respeitando as leis, a liberdade, os recursos públicos e as pessoas que nosso estado poderá ser novamente respeitado. Precisaremos de paciência, persistência e, principalmente, união. União em torno de um mesmo projeto. União de todas as forças, poderes e pessoas pelo futuro de nós, mineiros. Este deve ser o ideal que nos unirá nos próximos anos. Passaremos por tempos difíceis, em que reformas administrativas e fiscais terão de ser levadas adiante, para que os servidores possam receber os seus salários conforme determina a lei, o mais tardar até o 5º dia útil do mês seguinte. Para que as prefeituras possam voltar a receber os valores que têm por direito. E para que possamos ter condições de investir no que deve ser as prioridades do Estado, que são: segurança, saúde, educação e infraestrutura.

Para isso, deixo aqui o convite de assinarmos juntos um acordo tácito, pelo bem de Minas Gerais, pelo espírito público que nos une, pela forma republicana de se fazer política. Um “Pacto por Minas Gerais”, com a união de todos os Poderes: Legislativo, Judiciário, Ministério Público, Executivo, imprensa, federações, entidades representativas de classes e da sociedade mineira. Em busca das condições que possam permitir que Minas retome o seu caminho, levante novamente sua voz e volte a ser um Estado forte, atrativo de investimentos, gerador de emprego e renda, com a qualidade de vida necessária para que possamos resgatar a confiança e o orgulho inerentes aos mineiros.

Nesses próximos quatro anos temos, todos nós, a oportunidade de quebrar paradigmas e formar uma aliança histórica. O compromisso de sair da crise e escrever um novo capítulo do nosso Estado, com os nomes dos senhores e das senhoras, como parceiros que ajudaram a construir, no presente, o futuro de Minas Gerais.

Propomos um modelo de gestão diferente para termos uma Minas mais eficiente. Uma gestão ética, responsável e que dará o exemplo. E a primeira e mais fundamental atitude a ser tomada é a de reduzir despesas, cortando na carne. Pois é isso que os mineiros esperam de nós. E é para isso que estamos aqui, para fazer as mudanças que, com o voto livre e democrático, o mineiro escolheu como destino. A oportunidade de demonstrar que seu voto não foi em vão está aberta e demanda por novos atitudes.

Como disse um dos maiores escritores brasileiros de todos os tempos, o mineiro de Cordisburgo Guimarães Rosa, “a vida nos exige coragem”. E é com essa coragem que enfrentaremos os desafios, iremos superar as dificuldades. Com apoio dos deputados e deputadas desta Casa, Minas sairá dessa crise maior do que entrou. É isto que o novo Governo de Minas se propõe. E é este “Pacto por Minas” que propomos, com deferência e respeito às senhoras e aos senhores. A oportunidade de construirmos essa nova história está colocada e clama por vossas lideranças. Para tanto, renovo o pedido de união, paz e diálogo a todos. Com espírito público, fé e muito trabalho, faremos um governo eficiente e teremos uma Minas Gerais diferente.

Muito obrigado e Feliz Ano Novo.